METABOLISMO SOCIOECONÔMICO (MSE): Construção Conceitual e Convergência com a Economia Ecológica (EE)

Autores

  • Anderson Henrique dos Santos Araújo Universidade Federal de Alagoas
  • Daniel Caixeta Andrade Universidade Federal de Uberlândia
  • Henrique Ferreira de Souza Universidade Federal de Uberlândia

Palavras-chave:

metabolismo socioeconômico, economia ecológica, contabilidade de fluxo de materiais, escala econômico-ecológica

Resumo

O metabolismo socioeconômico (MSE) é uma perspectiva teórica e metodológica que tem a pretensão de entender as relações entre as sociedades e a natureza, no sentido de qualificação e quantificação dos impactos biofísicos advindos da apropriação dos seus recursos energéticos e materiais, liberação de resíduos e rejeitos, e efeitos sinérgicos dessas atividades como consequência da ação humana. Partindo dessa abordagem, o presente estudo analisa a inter-relação entre o MSE e economia ecológica (EE), verificando que existe uma convergência teórico-metodológica entre ambas as abordagens. Metodologicamente, o estudo constituiu de um levantamento documental, analisando pesquisas acadêmicas teóricas e aplicadas sobre a temática. Os resultados demonstram que o MSE pode contribuir metodologicamente para a análise de dados e informações na EE, sobretudo na análise macroeconômica, segmento que vem ganhando relevância na última década.

Biografia do Autor

  • Anderson Henrique dos Santos Araújo, Universidade Federal de Alagoas
    Professor Assistente - Universidade Federal de Alagoas; Mestrado em economia Aplicada - Universidade Federal de Alagoas.
  • Daniel Caixeta Andrade, Universidade Federal de Uberlândia

    Professor Associado do Instituto de Economia e Relações Internacionais da Universidade Federal de Uberlândia

  • Henrique Ferreira de Souza, Universidade Federal de Uberlândia

    Doutorando do Instituto de Economia e Relações Internacionais da Universidade Federal de Uberlândia

Referências

ANDRADE, D. C., DE MENDONÇA, T. G., ROMEIRO, A. R., 2018. Tendências do metabolismo da economia brasileira: uma análise preliminar à luz da Economia Ecológica. Revista Iberoamericana de Economía Ecológica, v. 28, p. 66-86.

ANDRADE, D. C., ROMEIRO, A. R., SIMÕES, M.S., 2012. From an Empty to a Full World: a nova natureza da escassez e suas implicações. Economia e Sociedade, v. 21, p. 695-722.
ARROW, K., BOLIN, B., COSTANZA, R., DASGUPTA, P., FOLKE, C., HOLLING, C. S., PIMENTEL, D., 1995. Economic growth, carrying capacity, and the environment. Ecological Economics, v. 15(2), p. 91-95.

BOULDING, K., 1966. The economics of the coming spaceship earth, em Boulding K. (ed.) Environmental quality in a growing economy. John Hopkins University Press, Baltimore.

CARPINTERO, O., 2015. El metabolismo económico regional español. FUHEM Ecosocial. Madrid.

CARPINTERO, O., NAREDO, J. M., 2005. El metabolismo de la economía española. Fundación César Manrique, colección Economía vs Naturaleza, Madrid.

CARSON, R., 1962. Silent Spring. Pinguim Books, New York.

CECHIN, A. D., 2010. A natureza como limite da economia: a contribuição de Nicholas Georgescu-Roegen. Editora Senac, São Paulo.

CECHIN, A.D., VEIGA, J. E., 2010. A economia evolucionária e ecológica de Georgescu-Roegen. Revista de Economia Política, v. 30 (3), p. 438-454.

COSTANZA, R., 1994. Economia ecológica: uma agenda de pesquisa, em: MAY, P.H., MOTTA, R.S. (eds). Valorando a natureza: a análise econômica para o desenvolvimento sustentável. Campus, Rio de Janeiro.

DALY, H. E., 1996. Beyond growth: the economics of sustainable development. Beacon Press, Boston.

DALY, H. E., 1968. On economics as a life science. Journal of Political Economy, v.76 (3), p. 392-406.

DALY, H. E., 2007. Ecological economics and sustainable development. Edward Elgar Publishing, Cheltenham.

DE MOLINA, M. G. e TOLEDO, V. M., 2014. The social metabolism: a socio-ecological theory of historical change. Springer, Switzerland
DE MOLINA, M. G. e TOLEDO, V. M., 2011. Metabolismos, naturaleza e historia: hacia una teoría de las transformaciones socioecológicas. Icaria editorial, Icaria.

DECLARATION, R.; 1992. Rio declaration on environment and development. Rio de Janeiro.

EHRLICH, P. R. ,1968. The Population Bomb. 1a Edição. Ballantine Books, New York

FISCHER-KOWALSKI, M., 1998. Society’s Metabolism. The Intellectual History of Materials Flow Analysis, Part I, 1860-1970. Journal of Industrial Ecology, V. 2, cap. 4, p. 107–136.

FISCHER-KOWALSKI, M. e HABERL, H., 2015. Social metabolism: a metric for biophysical growth and degrowth. Handbook of ecological economics, p. 100-138.

FISCHER-KOWALSKI, M., HABERL, H., 1999. Sustainable development. Long-term changes in socio-economic metabolism and colonization of nature. International Social Science Journal, 158(4), p. 573-587

FISCHER-KOWALSKI M., WEISZ H., 1999. Society as a hybrid between material and symbolic realms. Toward a theoretical framework of society-nature interaction. Adv. Hum. Ecol. 8, p. 215–51.

FISCHER‐KOWALSKI, M., HÜTTLER, W., 1998. Society's Metabolism: The Intellectual History of Materials Flow Analysis, Part II, 1970‐1998. Journal of industrial ecology, 2(4), p. 107-136.

FOSTER, J. B., 2015. Marxismo e Ecologia: fontes comuns de uma Grande Transição. Lutas Sociais, v. 19 (35), p. 81-97.

GEORGESCU-ROEGEN, N., 1975. Energy and economic myths. Southern Economic Journal, v. 41 (3), p. 347-381.

GEORGESCU-ROEGEN, N., 1971. The entropy law and the economic process. Harvard University Press, Cambridge

GEORGESCU-ROEGEN, N., 1966.Analytical Economics: issues and problems. Harvard University Press, Cambridge

GIAMPIETRO, M., MAYUMI, K., M. e SORMA, A. H., 2013. Energy Analysis for a Sustainable Future: Multi-Scale Integrated Analysis of Societal and Ecosystem Metabolism. Earthscan Routledge, London

HABERL, H., WIEDENHOFER, D., PAULIUK, S., KRAUSMANN, F., MÜLLER, D. B., FISCHER-KOWALSKI, M., 2019. Contributions of sociometabolic research to sustainability science. Nature Sustainability, New York.

HABERL, H., FISCHER-KOWALSKI, M., KRAUSMANN, F., WINIWARTER, V., 2016.Social ecology: society-nature relations across time. Spring International Publishing, Switzerland.

HARDIN, G., 1968.The tragedy of the commons. Sience, v. 162 (3859), p.1243-1248.

INFANTE-AMATE, J., MOLINA, M. G., TOLEDO, V. M., 2017. El metabolismo social. Historia, métodos y principales aportaciones. Revista Iberoamericana de Economía Ecológica, v. 27, p. 130-152.

KRAUSMANN, F., GINGRICH, S., EISENMENGER, N., ERB, K. H., HABERL, H., & FISCHER-KOWALSKI, M., 2009. Growth in global materials use, GDP and population during the 20th century. Ecological Economics, v. 68, n. 10, p. 2696-2705.

KRAUSMANN, F., SCHANDL, H., EISENMENGER, N., GILJUM, S. & JACKSON, T., 2017. Material flow accounting: measuring global material use for sustainable development. Annual Review of Environmental. Resources, v. 42, p. 647–675.

LAWN, P.A., 2001 Scale, prices, and biophysical assessments. Ecological Economics, v. 38, p. 369-382.

MALGHAN, D., 2006. On being the right size: a framework for the analytical study of scale, economy, and ecosystem. PhD dissertation – University of Maryland.

MEADOWS, D.H., MEADOWS, D.L., RANDERS, J., BEHRENS III, W., 1972. Limits to growth. Universe Books, New York.

MUELLER, C., 2007. Os economistas e as relações entre o sistema econômico e o meio-ambiente. UnB/ FINATEC,. Brasília

OECD (Organization for Economic Cooperation and Development). 2008 Measuring material flows and resource productivity. Paris.

PURVES, W. K., ORIANS, G. H. e HELLER H. C., 1992. Life. The science of biology. 3d ed. Sinauer, Sunderland.

ROCKSTRÖM, J., STEFFEN, W., NOONE, K., PERSSON, A., CHAPIN, F.S., LAMBIN, E.R., LENTON, T.M., SCHEFFER, M., FOLKE, C., SHELLNHUBER, H.J., NYKVIST, B., WIT, C.A. de, HUGHES, T., VAN DER LEEUW, S., RODHE, H., SÖRLIN, S., SNYDER, P.K., COSTANZA, R., SVEDIN, U., FALKENMARK, M., KARLBERG, L. CORELL, R.W., FABRY, V.J., HANSEN, J., WALKER, B., LIVERMAN, D., RICHARDSON, K., CRUTZEN, P. e FOLEY, J., 2009. A safe operating space for humanity. Nature 461, p. 472-475.

ROMEIRO, A.R., SAES, B.M., AGGIO, G., ANDRADE, D.C., GARCIA, J.R., 2018. Macroeconomia Ecológica: Evolução e Perspectivas. In: Peter May, Cecília Lustosa, Valéria da Vinha. (Org.). Economia do Meio Ambiente: Teoria e Prática. 3a Edição. Elsevier, Rio de Janeiro.

STEFFEN, W., CRUTZEN, P., MCNEILL, J., 2008. The Anthropocene: Are Humans Now Overwhelming the Great Forces of Nature. Ambio, v. 36. P. 614-21.

TOLEDO, V., 2013. El metabolismo social: una nueva teoría socioecológica. Relaciones, v. 34(136), p 41-71.

TOLEDO, V., 2008 Metabolismos rurales: hacia una teoría económico-ecológica de la apropiación de la naturaleza. Redibec, México.

VITOUSEK, P.M., EHRLICH, P.R., EHRLICH, A.H. & MATSON, P.A. , 1986. Human Appropriation of the Products of Photosynthesis. BioScience, Oxford.

Downloads

Publicado

2020-04-16

Como Citar

METABOLISMO SOCIOECONÔMICO (MSE): Construção Conceitual e Convergência com a Economia Ecológica (EE). (2020). REVIBEC - REVISTA IBEROAMERICANA DE ECONOMÍA ECOLÓGICA, 31(1), 127-143. https://redibec.org/ojs/index.php/revibec/article/view/371