Condicionantes Gerais do Descarte de Lixo nas Metrópoles Brasileiras

Autores

  • Eliene de Sá Farias Universidade Federal de Viçosa/ Doutoranda em Economia Aplicada
  • Raquel Pereira Pontes FURG/Professora substituta
  • Dênis Antonio da Cunha Universidade Federal de Viçosa/ Professor Adjunto e Orientador https://orcid.org/0000-0003-4838-3795

Palavras-chave:

comportamento pró-ambiental, educação, descarte de lixo, áreas urbanas, logit multinomial

Resumo

Um dos principais problemas ambientais decorrentes do atual processo de urbanização é a geração excessiva de lixo residencial e seu descarte inadequado. O presente estudo analisa os condicionantes socioeconômicos e demográficos que influenciam a forma pela qual o lixo é descartado nos domicílios das metrópoles brasileiras, por meio do modelo Logit Multinomial, a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios-PNAD. Os principais resultados da pesquisa sugerem que os limites superiores de educação (ensino médio, superior e pós-graduação) reduzem a probabilidade de descarte incorreto do lixo. Outros mitigadores do descarte incorreto do lixo são a renda, gênero e uso da internet. Ademais, o nível de instrução do chefe da família e se o chefe da família é mulher refletem-se nas atitudes dos demais moradores dos domicílios. Esses resultados apontam a necessidade de expandir políticas educacionais, inclusive de educação ambiental, as quais podem promover externalidades positivas e podem contribuir com a disseminação do comportamento pró-ambiental.

Biografia do Autor

Raquel Pereira Pontes, FURG/Professora substituta

Atualmente é professora substituta no Instituto de Ciências Econômicas, Administrativas e Contábeis da Universidade Federal do Rio Grande. Doutora em Economia Aplicada pelo Programa de Pós-Graduação do Departamento de Economia Rural da UFV. Mestra em Economia Aplicada pelo Programa de Pós-Graduação em Economia Aplicada da FURG (2016). Bacharel em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Rio Grande - FURG (2011). Técnica em contabilidade área de gestão (2004). E especialista MBA em Gestão do Agronegócio (2013) pela Universidade Federal do Paraná - UFPR. Tem experiência na área de Economia Rural; Economia do Crescimento e desenvolvimento; Economia do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais, Economia Internacional; Economia da Educação, Economia do Trabalho; Regulação Econômica e Políticas Públicas, (Texto informado pelo autor)

Dênis Antonio da Cunha, Universidade Federal de Viçosa/ Professor Adjunto e Orientador

Possui graduação em Ciências Econômicas (2006), Mestrado (2008) e Doutorado (2011) em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Viçosa (UFV). Professor Adjunto e Orientador dos Programas de Pós-Graduação em Economia Aplicada (PPGEA) e Extensão Rural (PPGER) da Universidade Federal de Viçosa, atuando nas áreas de Teoria Microeconômica, Economia Agrária, Economia dos Recursos Naturais, Economia das Mudanças Climáticas e Desenvolvimento Sustentável. É líder do Grupo de Pesquisa "Economia dos Recursos Naturais e Ambientais", vinculado ao PPGEA/UFV. No período de 2011 a 2012 foi pesquisador do Latin American and Caribbean Environmental Economics Program (LACEEP), Costa Rica; entre 2010 e 2011 foi Professor Assistente da Universidade Federal de Ouro Preto; no ano de 2014 foi Coordenador Científico da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural (SOBER); entre 2014 e 2016 foi bolsista do Programa Pesquisador Mineiro (FAPEMIG); entre 2014 e 2015 foi bolsista do Programa de Bolsas de Qualidade em Pesquisa de Excelência para Jovens Docentes Pesquisadores (Funarpex/Funarbe-UFV).

Referências

AAKVIK, A., SALVANES, K.G., VAAGE, K. 2010. Measuring heterogeneity in the returns to education using an education reform. European Economic Review, vol. 54 (4): 483–500.

ACEMOGLU, D., ANGRIST, J. 2001. How Large Are Human-Capital Externalities? Evidence from Compulsory Schooling Laws 15. MIT Press, Cambridge and London.

ALAUDDIN, M., SARKER, M.A.R. 2014. Climate change and farm-level adaptation decisions and strategies in drought-prone and groundwater-depleted areas of Bangladesh: an empirical investigation. Ecological Economics, vol.106: 204-213.

ANGRIST, J.D., KRUEGER, A.B. 1991. Does compulsory school attendance affect schooling and earnings? Quarterly Journal of Economics, vol. 106(4): 979–1014.

ANTONI, G.D., MARZETTI, G.V. 2019. Recycling and waste generation: An estimate of the source reduction effect of recycling programs. Ecological Economics, vol. 161: 321-329.

BLOCKER, T.J., ECKBERG, D.L. 1997. Gender and environmentalism: results from the 1993 general social survey. Social Science Quartely, vol. 78: 841-858.

BRASIL. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Política Nacional de Resíduos Sólidos, Brasília, DF, ago 2010.Disponivel em < http://www.normaslegais.com.br/legislacao/lei-12305-2010.htm>. Acesso em 29 de junho de 2019

BRECARD, D., HLAIMI, B., LUCAS, S., PERRAUDEAU, Y., SALLADARRE, F. 2009. Determinants of demand for green products: an application to eco-label demand for fish in Europe. Ecology Economics, vol. 69 (1): 115-125.

CALLAN, S.J., THOMAS, J.M. 2006. Analyzing demand for disposal and recycling services: a systems approach. Eastern Economic Journal, vol. 32(2): 221–240.

CAMERON, A.C., P. TRIVEDI. 2005. Microeconometrics: Methods, Applications, Cambridge U. Press.

CARVALHO, C. H, R. 2016. Desafios da mobilidade urbana no Brasil Texto para discussão. Rio de Janeiro: IPEA, n.2198.

CORRALIZA, J.A., BERENGUER, J. 2000. Environmental values, beliefs, and actions: a situational approach. Environment and Behavior, vol.32: 832–48.

COHEN, B. 2006. Urbanisation in developing countries: current trends, future projections, and key challenges for sustainability. Technology in Society, vol. 28(1): 63–80.

DE SILVA, D.G., POWNALL, R.A.J. 2014. Going green: does it depend on education, gender or income? Applie Economics, vol. 46(5): 573-58.

DUNLAP R., VAN LIERE K.D., MERTIG A.G., JONES R.E. 2000. Measuring endorsement of the New Ecological Paradigm: a revised NEP Scale. Journal of Social Issue, vol.6: 425–42.

FERRARA, I., MISSIOS, P. 2005. Recycling and waste diversion effectiveness: evidence from Canada. Environmental and Resource Economics, vol. 30(2): 221–238.

GERBER, D.; PASQUALI, L., BECHARA, F.C. 2015. Gerenciamento de resíduos sólidos domiciliares em áreas urbanas e rurais. Revista Ibero-americana de Ciências Ambientais, vol. 6(1).

GÖKSEN F., ADAMAN F., ZENGINOBUZ, E. 2002. On environmental concern, willingness to pay and post materialist values: evidence from Istanbul. Environment and Behavior, vol. 34 (5):616–33.

GREENE, W. H. 1997. Econometric Analysis. Prentice Hall.

HOORNWEG, D., BHADA-TATA, P. 2012. What a Waste: A Global Review of Solid Waste Management. World Bank.

HOORNWEG, D., BHADA-TATA, P., KENNEDY, C. 2013. Environment: Waste production must peak this century. Nature, vol.502: 615–617.

HUNTER, L.M., HATCH, A., JOHNSON, A. 2004. Cross-national gender variation in environmental behaviors. Social Science Quartely, vol. 85(3): 677-694.

INGLEHART R. 1997. The silent revolution: changing values and political styles among Western publics. Princeton. NJ: Princeton University Press.

JACOBI, P.R., BESEN, G.R. 2011. Gestão de resíduos sólidos em São Paulo: desafios da sustentabilidade. Estudos Econômicos, vol. 25(71).

LIANG, L.I., SHARP, A. 2017. Determination of the knowledge of e-waste disposal impacts on the environment among different educational and income levels in China, Laos, and Thailand. Journal of material cycles and waste management, vol. 192: 906-916.

MAILLO, A., BRITTO, A.L.N.P., VALLE, T.F. 2018. Implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Revista de Administração pública, vol. 52: 24-51.

MEGHIR, C., PALME, M. 2005. Educational reform, ability, and family background. American Economic Review,951, 414–424.

MELO, P.C., GE, J., CRAIG, T., BREWER, M.J., THONICKER, I. 2018. Does work-life balance affect pro-environmental behavior? Evidence for the UK using longitudinal microdata. Ecological Economics, vol. 145: 170-181.

MEYER, A. 2015. Does education increase pro-environmental behavior? Evidence from Europe. Ecological Economics, vol. 116: 108-121.

PANORAMA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NO BRASIL, 2012, 2016. Albrepe. Disponível em < http://abrelpe.org.br/panorama/> Acesso em 07/04/2019.

ROWLANDS, I.H., SCOTT, D., PARKER, P. 2003. Consumers and green electricity: profiling potential purchasers. Business Strategy and the Environment, vol. 12: 36–48.

REIS, D., FRIEDE, R., LOPES, F.H.P. 2017. Política nacional de resíduos sólidos Lei n°12.305/2010 e educação ambiental. Revista Interdisciplinar de Direito, vol. 14: 99-111.

SCHLEGELMILCH, B. B., BOHLEN, G. M., DIAMANTOPOULOS, A. 1996. The link between green purchasing decisions and measures of environmental consciousness. European Journal of Marketing, vol. 305: 35-55.

TADESSE, T. 2009. Environmental concern and its implication to household waste separation and disposal: Evidence from Mekelle, Ethiopia, Resources, Conservation and Recycling, vol.534:183-191.

TORGLER, B., GARCÍA-VALIÑAS, M.A. 2007. The determinants of individual’s attitudes towards preventing environmental damage. Ecology Economics, vol. 63: 536-552.

SNIS, Diagnóstico do Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos, 2015. Disponível em: <http://snis.gov.br/diagnostico-residuos-solidos/diagnostico-rs-2015>. Acesso: 21/09/2019.

VASSANADUMRONGDEE, S., KITTIPONGVISES, S. 2018. Factors influencing source separation intention and willingness to pay for improving waste management in Bangkok, Thailand. Sustainable Environment research, vol. 28(2); 90-99.

VICENTE-MOLINA, M.A, FERNÁNDEZ-SAINZ, A., IZAGIRRE-OLAIZOLA, J. 2018. Does gender make a difference in pro-ambiental behavior? The case of the Basque country University students. Journal of Cleaner production, vol.1761: 89-98.

XIAO, C., HONG, D. 2010. Gender differences in environmental behaviors in China. Population and Environment, vol.32: 88-104.

XIAO, C., MCCRIGHT, A. M. 2014. A test of the biographical availability argument for gender differences in environmental behaviours. Environment and Behavior, vol. 46: 241-263.

ZELEZNY, L.C., CHUA, P.P., ALDRICH, C. 2000. Elaborating on gender differences in environmentalism. Journal of Social Issues, vol. 56: 443-457.

Downloads

Publicado

2021-06-02

Como Citar

de Sá Farias, E., Pereira Pontes, R., & da Cunha, D. A. (2021). Condicionantes Gerais do Descarte de Lixo nas Metrópoles Brasileiras. REVIBEC - REVISTA IBEROAMERICANA DE ECONOMÍA ECOLÓGICA, 34(1), 43–64. Recuperado de https://redibec.org/ojs/index.php/revibec/article/view/vol34-1-3