Estrutura biofísica da economia equatoriana: um estudo dos fluxos diretos de materiais

Autores

  • Maria Cristina Vallejo

Resumo

O argumento central deste artigo é que a exploração dos fluxos monetários não é suficiente para revelar a realidade biofísica que caracteriza a economia. Neste estudo, faz-se uma leitura dos danos ambientais derivados das atividades econômicas, combinando o estudo de ambas as dimensões, através de um conjunto de indicadores dos fluxos diretos de materiais do Equador durante o período 1980-2003. O uso de materiais no país durante este período pode ser resumido da seguinte forma: em média, a cada ano, cerca de 56 milhões de toneladas de materiais entraram na economia, dos quais 52,8 milhões foram extraídos do ambiente doméstico. e 3,5 milhões originados como importações. O consumo interno aglutinou cerca de 41 milhões de toneladas de materiais e o consumo externo (exportações) aproximadamente 15 milhões. Isso determina um saldo comercial negativo, que equivale a - 11,5 milhões de toneladas. A riqueza desta aplicação metodológica pode ser apreciada de diferentes ângulos. Por um lado, contribui para a discussão sobre o intercâmbio ecologicamente desigual, assunto em que o Equador constitui um caso emblemático de análise, uma vez que sua intervenção no comércio mundial tem como contrapartida um importante comprometimento ambiental. Por outro lado, este trabalho confere uma visão mais realista das interações entre economia e meio ambiente, essenciais para um país megadiverso como o Equador. Com efeito, a análise do sistema econômico como um circuito fechado permite diluir sua escala ambiental e o metabolismo social é uma forma de incorporar essa dimensão na avaliação da forte sustentabilidade1 das economias.

Publicado

2019-06-25

Como Citar

Estrutura biofísica da economia equatoriana: um estudo dos fluxos diretos de materiais. (2019). REVIBEC - REVISTA IBEROAMERICANA DE ECONOMÍA ECOLÓGICA, 4(1), 55-72. https://redibec.org/ojs/index.php/revibec/article/view/323