Carbono "Azul" nos Manguezais Amazônicos: Conservação e Valoração Econômica
Palavras-chave:
Mangue, NDVI, Biomassa acima do solo, Carbono acima do solo, Ilha de AjuruteuaResumo
Os manguezais e seus solos associados, poderiam sequestrar cerca de 22,8 milhões de toneladas de carbono por ano. O carbono armazenado, sequestrado e liberado pelos ecossistemas costeiros é chamado de carbono azul. Apesar da reconhecida importância dos manguezais, estes ainda apresentam vulnerabilidade e estão ameaçados devido à perda e fragmentação da cobertura vegetal e à redução da qualidade dos habitats aquáticos. O presente estudo selecionou a Ilha de Ajuruteua, localizada no município de Bragança/PA, para estimar por meio da aplicação do NDVI, a biomassa e o carbono acima do solo. A metodologia consistiu no cálculo de valores de NDVI a partir das imagens Landsat de 2008 e 2018 para, posteriormente, estimar os valores de biomassa e carbono. Os resultados para o ano de 2008 foram de aproximadamente 451 Mg.ha-1 (biomassa) e 196 Mg.ha-1 (carbono). Já para o ano de 2018 foram 290 Mg.ha-1 (biomassa) e 125 Mg.ha-1 (carbono). Foi possível constatar uma redução de cerca de 35,7% nos valores de biomassa e 36,2% nos valores de carbono entre os anos de 2008 e 2018. Essa redução dos estoques, pode ser explicada pela dinâmica de ocupação da ilha, que acarretou na redução de cobertura vegetal em áreas de APP.
Referências
Almeida, A. F. 2017. Os Efeitos das Políticas Públicas de Desenvolvimento Socioeconômico na Zona Costeira do Nordeste Paraense: Expansão Rodoviária, Urbanização e Atividade Turística. Tese (Doutorado). Universidade Federal do Pará. http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/9441.
Almeida, A. F., Jardim, M. A. G. 2018. Mudanças socioeconômicas e ambientais resultantes das políticas públicas de desenvolvimento socioeconômico no litoral do Nordeste do Pará, Brasil. Desenvolvimento e Meio Ambiente, V 49. http://dx.doi.org/10.5380/dma.v49i0.55128.
Barbosa, V. M., Gregório, A. M. S., Busman, D. V., Costa, R. A. A. M., Pereira, L. C. C., Sousa E Filho, P. W. M. 2007. Estudo morfodinâmico durante uma maré equinocial de sizígia em uma praia de macromaré do litoral amazônico (praia de Ajuruteua-PA, Brasil). Boletim Paranaense de Geociências, V 60: 31-43. http://dx.doi.org/10.5380/geo.v60i0.5642.
Chen, B.; Xiao, X.; Li, X.; Pan, L.; Doughty, R.; Ma, J.; Dong, J.; Qin, Y.; Zhao, B.; Wu, Z.; Sun, R.; Lan, G.; Xie, G.; Clinton, N.; Giri, C. 2017. A mangrove forest map of China in 2015: Analysis of time series Landsat 7/8 and Sentinel-1A imagery in Google Earth Engine. Journal of Photogrammetry and Remote Sensing, V. 131: 104-120. https://doi.org/10.1016/j.isprsjprs.2017.07.011.
Giri, C., Ochieng, E., Tieszen, L.L., Zhu, Z., Singh, A., Loveland, T., Masek, J., Duke, N., 2011. Status and distribution of mangrove forests of the world using earth observation satellite data. Global Ecology and Biogeography V 20: 154–159. https://doi.org/10.1111/j.1466-8238.2010.00584.x.
Grimsditch, G.; Alder, J.; Nakamura, T.; Kenchington, R.; Tamelander, J. 2013. The blue carbon special edition—Introduction and overview. Ocean and Coastal Management, 83, 1–4. https://doi.org/10.1016/j.ocecoaman.2012.04.020.
Herr, D., Pidgeon, E., Laffoley, D. 2012. Blue Carbon Policy Framework 2.0: Based on the Discussion of the International Blue. Carbon PolicyWorking Group, IUCN and Arlington, Gland, Switzerland, USA: CI. viþ39pp. https://www.oceanfdn.org/sites/default/files/Herr.%20Blue%20Carbon%20Policy%20Framework%202.0-.pdf.
Huete, A. R. 1998. A soil adjusted vegetation index (SAVI). Remote Sensing of Environment, V 25: 295-309. https://doi.org/10.1016/0034-4257(88)90106-X.
ICMBio. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Atlas dos Manguezais do Brasil. 2018. https://icmbio.gov.br/portal/images/stories/manguezais/atlas_dos_manguezais_do_brasil.pdf.
Jensen, J. R., 2015. Introductory Digital Image Processing: a Remote Sensing Perspective. Fourth ed. Prentice Hall Press, Upper Saddle River, NJ, USA.
Kauffman, J. B.; Donato, D. C. 2012. Protocols for the Measurement, Monitoring and Reporting of Structure, Biomass and Carbon Stocks in Mangrove Forests. Working Paper 86; Center for International Forest Research (CIFOR): Bogor, Indonésia. https://www.cifor.org/publications/pdf_files/WPapers/WP86CIFOR.pdf.
Kauffman, J. B., Bernardino, A. F., Ferreira, T. O., Giovannoni, L. R. O., Gomes, L. E., Romero, D. J., Jimenez, L. C. Z., Ruiz, F. 2018. Carbon stocks of mangroves and salt marshes of the Amazon region, Brazil. Biology Letters, V 14. https://doi.org/10.1098/rsbl.2018.0208.
Martorano, L. G. Pereira, L. C. Nechet, D. 1993. Estudos climatológicos do Estado do Pará, classificação climática (K6ppen) e deficiência hídrica (Thornthwhite, Mather). Belém: Sudam/EMBRPA, SNLCS. https://www.researchgate.net/publication/288914376_Estudos_Climaticos_do_Estado_do_Para_Classificacao_Climatica_KOPPEL_e_deficiencia_Hidrica_Thornhtwhite_Mather.
Mcleod, E., Chmura, G., Bouillon, S., Salm, R., Björk, M., Duarte, C., Lovelock, C., Schlesinger, W., Silliman, B. 2011. A blueprint for blue carbon: toward na improved understanding of the role of vegetated coastal habitats in sequestering CO2. Frontiers in Ecology and the Environment, V 9: 552–560. https://doi.org/10.1890/110004.
Muhd-Ekhzarizal, M.E, Mohd Hasmadi, I., Hamdan, O., Mohamad Roslan, M.K. & Noor Shaila, S. 2018. Estimation of aboveground biomass in mangrove forests using vegetation indices from SPOT-5 image. Journal of Tropical Forest Science V 30: 224–233. https://doi.org/10.26525/jtfs2018.30.2.224233.
Pereira, L. C. C., Ribeiro, M. J. S., Guimarães, D. O., Souza-Filho, P. W. M., Costa, R. M. 2006. Formas de uso e ocupação na praia de Ajuruteua Pará (Brasil). Desenvolvimento e Meio Ambiente, V 13: 19-30. https://revistas.ufpr.br/made/article/viewFile/4788/14422.
Rouse J. W.; Haas Jr, R. H.; Schell J. A. And D. W. Deering. 1973. Monitoring vegetation systems in the Great Plains with ERTS. Third ERTS Symposium, NASA SP-351 I, 309–317. https://ntrs.nasa.gov/search.jsp?R=19740022614.
Silva, A. M., Moreira, E. B. M. 2011. Avaliação espaço temporal do índice de vegetação (NDVI) no manguezal de Maracaípe – PE, através de imagens do satélite Landsat 5 TM. XV Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto – SBSR, Curitiba – PR, p.1570. http://marte.sid.inpe.br/col/dpi.inpe.br/marte/2011/07.08.19.03/doc/p1334.pdf?metadatarepository=&mirror=urlib.net/www/2011/03.29.20.55.
Sitoe, A. A., Mandlate, L. J. C., Guedes, B. S. 2014. Biomass and carbon stocks of Sofala Bay mangrove forests. Forests V 5: 1967–1981. https://doi.org/10.3390/f5081967.
Sousa, R. S.; Valladares, G. S.; Espíndola, G. M. 2016. Análise do índice de vegetação (NDVI) e vulnerabilidade ambiental da planície costeira do Estado do Piauí. Volume Especial da Revista da Casa da Geografia de Sobral, Sobral/CE, V 18: 82-99. http://www.uvanet.br/rcgs/index.php/RCGS/article/view/304.
Souza-Filho, P. W. M. 2001. Impactos naturais e antrópicos na Planície Costeira de Bragança. IN: Ecossistemas Costeiros: Impactos e Gestão Ambiental. Ed. Belém: MPEG, 113-125. https://www.researchgate.net/publication/291773717_Impactos_naturais_e_antropicos_na_Planicie_Costeira_de_Braganca.
Spalding, M. D., Kainuma, M. E Collins, L. 2010. World atlas of mangroves. London, UK: Earthscan.
Tang, W., Feng, W., Jia, M. 2016. The assessment of mangrove biomass and carbon in west Africa: A spatially explicit analytical framework. Wetlands Ecology Manage, V 24. https://doi.org/10.1007/s11273-015-9474-7.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.