Microeconomia neoclássica contra a Natureza

constructos, conceitos e armadilhas sócio-ecológicas da teoria econômica no Antropoceno

Autores

  • Fabiano Costa Coelho Panteion University of Social and Political Sciences
  • Peter H. May Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
  • Francisco Duarte Universidade de Brasília (UnB)

Palavras-chave:

microeconomia, Natureza, economia ecológica, equilíbrio geral, desequilíbrio planetário, externalidade, avaliação econômica ambiental, democracia, performatividade, mercado de carbono, responsabilidade sócio-ambiental, bem-estar, bens públicos, produtividade do trabalho

Resumo

Vastas evidências científicas apontam consequências planetárias que, além de profundas, foram imprevistas por diversas tradições do pensamento socioeconômico. Este artigo investiga a microeconomia neoclássica, que, se definida consoante sua mensagem fundamental, é a teoria do puro egoísmo como agente do bem comum, assegurado pelo liberalismo em mercados existentes, crescentes e novos, tradição em que a maioria dos economistas é formada. Para destrinçar tal microeconomia e suas repercussões sociais e ecológicas, realizamos uma revisão holística que combina o exame de seus conceitos socioecológicos (bens públicos, externalidade, equilíbrio geral e propriedades de bem-estar), fragilidades e paradoxos metodológicos do programa, e formas primárias de, não prever, criar realidade conforme seus motivos e métodos, afetando o desenho institucional, como o mercado de carbono e as avaliações valorativas do meio ambiente. A microeconomia, âmago científico do neoliberalismo, tem sido crucial na leitura de mundo, inclusive da crise planetária, na qual, a partir de uma certa perspectiva econômica, alegadamente neutra e universal, oferece respostas. Faz crer que é mais parte da solução do que do problema, levando a situações esdrúxulas como o ensino perpetuado da "prova" do equilíbrio geral, quando temos um enorme desequilíbrio planetário. O Antropoceno é senão um reflexo em larga escala das falácias atribuíveis ao Homo economicus, ao equilíbrio geral e aos processos econômicos capitalistas.

Referências

Códigos sistema de classificação do JEL:

Q57; D00; B49; A23; Z10; I31; Q50

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Publicado

2022-09-27

Como Citar

Microeconomia neoclássica contra a Natureza: constructos, conceitos e armadilhas sócio-ecológicas da teoria econômica no Antropoceno. (2022). REVIBEC - Revista Iberoamericana De Economía Ecológica, 35(1), 73-93. https://redibec.org/ojs/index.php/revibec/article/view/vol35-1-5